A morte da declaração de amor...

Pela primeira vez hoje matei

Amei por não saber amar

Matei por tanto desejar

Que tudo fosse infinitivo como os verbos

que desperdiçamos quando nos apaixonamos

Matei a força e a falha que unificavam nosso ser

fiz das frases as navalhas que

cortaram meu desejo de viver

De amor ou de paz

Não é assim que se faz?!

Matei o que restava de poesia nesses versos

na ponta das rimas em que sempre tropeço

E perco- me nessa fúnebre sensação de

Ter matado a mim mesmo

Só por ousar amar uma vez

Uma desgraçada única vez

E todos os lamentos se derramam em forma de versos

e amarguras que emanam do âmago e vão ser

cuspidos do peito como um muco tuberculoso

Matei até a beleza da morte que ataca o amor dos inocentes

Tudo em meu peito esta morto

tudo em mim Descontente

Tudo em meu verso esta torto

"Minha poesia", doente...

Lauro Camilo
Enviado por Lauro Camilo em 31/05/2013
Código do texto: T4318788
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