ESCRAVA SEVERINA

Dia começa já reclamando
tem louça na pia pra lavar
chão escorrega caiu leite
lá vai a pobre escrava limpar

Café desce meio sem sabor
pãozinho de queijo nem pensar
relógio adiantado atrapalha
tem uma casa para limpar

Começa a maratona diária
corrida para fazer almoço
roupa acumula no tanque
tem mesa posta para o moço

Jardim gritando por atenção
computador triste esperando
alma sente fome de poesia
com tudo isso ela vai lidando

Acordo feito sempre cumprido
tem paradinha para se cuidar
faz carinho atende seus desejos
assim vai dando para energizar

Final do dia está chegando
sol se escondendo lindo lá fora
Severina cansada não esquece
agradece mais um dia indo embora