Carta ao meu filho

Num daqueles dias em que nos falta inspiração

Mas como a vontade é a Deusa da satisfação

Vou deixar a minha transbordar neste papel

Como dedo enchendo o diâmetro do anel

Filho, que as ausências de teu pai

Não sejam o mantimento da desilusão

Eu trilho estradas sem asfalto para estar aí

As noites que passo fora, nem durmo passo em clarão

Carrego o céu em minhas costas

Para que não caia sobre o chão que pisas

Perdoa me filho pelas minhas fraquezas

Em não lhe dar todas as respostas

Meu pior pesadelo é que esta carta

Nunca advenha em tuas mãos,

Mas se conseguires ler é que bateu a sua porta

Já serás grandioso o suficiente para saber

Que nunca te culpei pelos meus desaires,

Só quis ressarcir os ensejos que não pude estar

Enquanto nos perdíamos em andares

Que reimprimiam nostalgia.

ALANITO (O MENSAGEIRO)
Enviado por ALANITO (O MENSAGEIRO) em 26/02/2017
Código do texto: T5924171
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.