A IDADE DA RAZÃO

A criança nasce cercada de carinho,

Tranquila dorme em seu bercinho,

Muito frágil, carece de tanto cuidado,

Presente de Deus, sublime, e delicado.

O ser que mais precisa de proteção,

Também de amor, desvelo e atenção.

Na adolescência, adulto já julga ser,

Não aceita as opiniões, pensa tudo saber.

Faz as tarefas escolares com relutância,

Vive na idade e fase da inconstância.

Com o tempo, já começa a compreender,

Até já pensa qual profissão escolher.

Pais e filho se comunicam na maturidade,

Finda a idade crítica, não há mais rivalidade.

Trocam idéias e bons amigos se tornam,

Convivem bem, de casos passados recordam.

De repente, o filho perde o seu conselheiro,

Choroso, sente falta do amigo verdadeiro,

Que na mocidade não o soube compreender,

Problemas, sem ele não consegue resolver.

Na velhice, sensato, à vida dá mais valor,

Mais sensível e mais voltado ao Criador.

Emociona-se com o amanhecer e o anoitecer,

Rodeado dos netinhos, meio criança, volta a ser.

Entre pais e filhos sempre houve diferença de opiniões,

Desde o princípio existe o conflito de gerações,

Problema de imaturidade, no pensar e na idade,

Não aceitam conselhos por mera competitividade.

De seus pais com saudade começa recordar,

Com lágrimas nos olhos, começa a soluçar.

Na adolescência, nunca, lhes deu afeição,

Velho e fraco, sabe que está na idade da razão.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 26/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
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