Família

Ninguém olhou para a sua essência contida

naquela mesa insensata verdades são perdidas...

Olhos vazios percorrendo regiões desertas

verdades não concretas de uma jornada sem pedras.

Do seu seio luminoso, fui gerado e cresci

mas a sua alma fugiu de perto de mim.

Não poderei continuar mais ao seu lado

que jamais me embalou, jamais me cuidou.

A solidão deságua daquela ferida aberta

que arde, escorre, tão lenta, acalentando a fraqueza.

Estou preso nos entraves das chuvas de lágrimas

e o sol que se apagou nessa manhã.

É tudo escuro nessa luz e nada mais

gritaremos para o mundo: a imposição se esconde na paz!

Ousarei cantar, uno, o canto calmo do passarinho

piando nas trevas escondidas do meu ser.

Sempre só, calado e chorando

quem vai escutar esses lamentos subjetivos?

lágrimas secas, são espadas que transpassam meu peito...

Onde está a fonte da cura desse egoísmo mascarado?

Sou um altruísta sem voz, sem dor.

Estamos ouvindo os moinhos sombrios

de uma espera lenta e serena...

É o nosso amor que grita nos desatinos

perdidos pela nossa ignorância,

que grita contra a insensatez, sem ouvidos.

Eu quero sentir de novo o abraço, em segundos eternos,

abraços que esquecemos de cultivar no dia a dia.

Que a nossa arrogância impediu de alcançar,

esquecemos da mais simples lição:

a humildade é a semente do amar.

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 16/12/2015
Reeditado em 16/12/2015
Código do texto: T5482436
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