TRIBUTO DE AMOR

Eu não sei porque "meu amor”

que não sei tratar-te assim,

se queima dentro de mim

a mesma antiga paixão,

estraçalha-me o coração

quando te olho, mas não falo,

fica preso no gargalo

meu grito de adoração.

Quando me flagras te olhando

e perguntas: o que foi,

eu sinto-me como um boi

velho e desqualificado,

fico todo encabulado

e não te digo o que penso,

espero um dia mais propenso

falar meu amor adorado.

As vezes tenho vontade

de mirando-te falar,

teu lindo rosto afagar

com minhas mãos, levemente...

sentir o que você sente,

sente, pensa e não dizes,

abrindo-me cicatrizes

nesta minh'alma já doente.

Se não confias mais em mim

eu não tiro a tua razão,

machuquei teu coração

com minhas vãs aventuras,

eu não mereço a candura

e nem teu olhar amoroso,

mas espero esperançoso

os teus: perdão e ternura.

Quero apenas o direito,

o que tenho de te amar,

poder também te provar:

que somente você eu quero,

e quase me desespero

com as tuas negativas,

mas eu trago rediviva fé,

e por isso te espero.

Pico da Neblina-AM,

Lado Oeste, 27 de julho de 1990.

Tapejara Vacariano
Enviado por Tapejara Vacariano em 14/08/2014
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