ODE À JAQUELINE

São tantas reminiscências

tantas, que já nem me lembro,

em "vinte e seis de dezembro"

JAQUELINE veio ao mundo,

sobrinha de sangue oriundo

filha da mana Maria,

falo sem filosofia

com sentimento profundo.

Sinto estar muito distante

e não poder abraçá-la,

nem ao menos contemplá-la

mas imagino teu porte:

com ares de vento norte

retovado e topetudo,

é desses que levam tudo

quando está passando forte.

Meu desejo JAQUELINE

é que Deus guie teus passos,

livrando-te dos devassos

desviando-te do errado,

o teu rumo bem traçado

na inspiração que há de vir,

que vivas como convir

nesse mundo desnorteado.

Eu cá no extremo norte

emociono-me e garanto,

aro a terra, depois planto,

sementes de atavismo,

nosso crioulo catecismo

bem pontilhado de orgulho,

um amargo que debulho

sevado pelo gauchismo.

Tenho feito muito pouco

à grandeza do Brasil,

mas com garbo varonil

e tranquilo de consciência,

agito-me com frequência

sem saber qual o motivo,

pois magoado sempre vivo

quando longe da Querência.

Da Amazônia incontestável

mando meu chasque gaudério,

um dia, dir-te-ei dos mistérios,

que escondem os socavões,

são peregrinas cações

recheadas de patriotismo,

cânticos de Brasilismo

pra ficar às gerações.

Manaus-AM, 19 de janeiro de 1979

Dedico também à Maria, ao Idílio,

à Arádia e à Cândice.

Tapejara Vacariano
Enviado por Tapejara Vacariano em 14/08/2014
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