Ao de tudo isto

Há dias que é breve para parti-lo da esperança,

Há dias que meu amor transborda de lembrança,

Há dias que mesmo tendo o tudo me resta o nada,

Há dias que a saudade me assiste sem a voz amada.

Há dias que a luta tem dos talheres como espada,

Há dias que a fome nos junta a mesa esparramada,

Há dias que a televisão nos prende a ilusão realçada,

Há dias que a força corta a minha energia empregada.

Há dias que o filme é da minha vida inteira passada,

Há dias que não se fica sem a Domingas macarronada,

Há dias que o velório é no sal grosso aquela vaquejada,

Há dias que o arroz se mistura com a nossa tagarelada.

Há dias que o jogo marca ponto ao meu lindo sorriso,

Há dias que de uns tempos incisa no relógio preciso,

Há dias que a historia conta num trajeto parecido a ilícito,

Há dias que o sofrer diz adeus para o resto de tudo isto.

Archibaldo Chaves
Enviado por Archibaldo Chaves em 21/07/2014
Código do texto: T4890930
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.