Ao de tudo isto
Há dias que é breve para parti-lo da esperança,
Há dias que meu amor transborda de lembrança,
Há dias que mesmo tendo o tudo me resta o nada,
Há dias que a saudade me assiste sem a voz amada.
Há dias que a luta tem dos talheres como espada,
Há dias que a fome nos junta a mesa esparramada,
Há dias que a televisão nos prende a ilusão realçada,
Há dias que a força corta a minha energia empregada.
Há dias que o filme é da minha vida inteira passada,
Há dias que não se fica sem a Domingas macarronada,
Há dias que o velório é no sal grosso aquela vaquejada,
Há dias que o arroz se mistura com a nossa tagarelada.
Há dias que o jogo marca ponto ao meu lindo sorriso,
Há dias que de uns tempos incisa no relógio preciso,
Há dias que a historia conta num trajeto parecido a ilícito,
Há dias que o sofrer diz adeus para o resto de tudo isto.