Segunda chance (filhos na infância)

O que será que me aflige nesta tarde fria?

Disfarçado em uma vaga e imprecisa saudade.

Passado e presente em desarmonia.

Confusas imagens e pouca unidade.

Vozes de criança no tempo me arrastam.

Fazendo supor que a dor de lá vem.

Volto ao momento e as imagens se afastam.

Mas fica a discreta presença de alguém.

Cuidar novamente, inviável sonho.

Recuperar histórias que nem sei se contei.

Tempo perdido de que agora disponho.

Mas a inocência se foi e mais nunca a verei.

Segunda chance por um breve momento.

Pra fazer diferente e com mais emoção.

Sem poupar alegria ou frear sentimento.

Deixando de lado o rigor da razão.

Ingênuo desejo, o passado é inerte.

Não se nota o momento em que o leite derrama.

Quem peca sem ver a história reverte.

Justo perdão a quem prova que ama.