Sombras da noite

Sombras da Noite

Um homem ao relento

Cobre com jornal o seu peito

Na tentativa de adormecer

Sobre a laje fria do batente.

O dia fora cruel e friolento

Jamais passara tanto sofrimento.

Sem casa, sem alento.

Tentara em vão algum sustento.

Por onde andara

Mendigando por um espaço

Vira nos olhos dos afortunados

Desprezo e pouco caso.

Cada dia que passava

Mais agonia e tristeza

Dominava o seu peito

Atormentado pelo desrespeito

.

Longe, no sertão nordestino

Mulher e seis rebentos

Aguardam sedentos

Pela farinha e mantimentos

E pelo pai ausente

Que um dia prometeu

Amor e o sustento.

Escrito por Cristawein

Cristawein
Enviado por Cristawein em 17/09/2012
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T3887201
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