ARROZ COROADO
As buchas para parafusos,
Também plásticas,
Prendem-se às paredes
Fixando os buracos.
Estou no apartamento a alugar.
Não mais a tribo,
Só oca vazia, oca.
- Onde está meu menino?
- Cuidado com o cara-pálida.
Mais tudo, por entre os móveis de espaço.
Menos o sonho, o totem, o menino.
Hoje achei
Por entre as tábuas do piso da memória,
Perdido pela fresta feita a cupim,
Aquele que chegou assim:
Dentro do pacote de Arroz Coroado.
Reencontrei o meu índio de plástico.
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LUIS CARLOS DE OLIVEIRA 'ASEOKAÝNHA'