Metamorfose
No meu casulo de tijolos
Tinha sobre o colo cartas e livros.
Eu, antes lagarta teimosa,
Que passeava pelos bosques
À procura de folhas e insetos.
Tão solitário trajeto não me satisfazia
Mas era feita de hedonismo e euforia
Dados por tamanha liberdade.
Até que o meu "inverno" chegou
E me obrigou a olhar mais pra dentro
Momento duradouro o suficiente.
Nos primeiros passos
De uma primavera florida e tão desejada,
A casca dura se rompeu,
E um "outro eu" dali saía
Não mais rastejando; voando.