Minha Urna!

Na foto estava o sapo do jardim

que come insetos,

que não ouve, das ruas, os protestos,

nem tampouco sabe votar.

Esse sapo é meu melhor amigo.

Colho minhas hortaliças sem preguiça

e ele apenas me olha a fechar e abrir seus olhos

como se quisesse me ensinar alguma coisa.

Zelo pela terra que pode com o peso do meu corpo

que carrega as mágoas de um povo

cheio de pesticidas sobre o lombo.

Não alimento os ratos nem os deixo por perto.

De certo hei de votar amanhã na esperança de um hoje

que mude rumos e destinos,

mas que não nos atropele nem cause desatinos,

e ao invés de tudo isso, no fim da tarde,

deixe que em minha face haja um grande sorriso

e o sol brilhe diferente,

Que a nação grite ardentemente: vencemos:

Viva o Brasil!