Quintal de Casa
A menina que temia quem podia roubar a matéria
não imaginava todo o mal que existe.
Então veio o ladrão do que é subjetivo
e levou a inocência, o sorriso, os sonhos.
Arrancaram suas asas,
e mesmo assim ela voou, voou e voou...
Nas nuvens passou a brincar,
sem preocupar-se com os arranhões causados pelos tombos
ou com os remedinhos que mamãe aplica pra cicatrizar.
Lá não existe noite, muito menos o medo do escuro:
que faz a gente imaginar tanta coisa assustadora.
Os raios de sol brilham sem cessar,
e seu quintal agora é azul e de uma imensidão de perder de vista.