Vestígios de uma noite
Cada espaço do meu dia é um assombro
Um vestígio do que foi e o que virá?
Certezas inexistem neste espaço
Onde tudo que se passa é salutar
As angústias de outrora já se foram
Esperanças do que vem hei de esperar.
Se a vida é de instantes e incertezas,
Os momentos que antecedem o há de vir.
Contradigo nas voláteis resistências
Os padrões estremados que nos passam.
Dizem uns que assim se vive em harmonia
Enquanto outros apenas estão na existência!
Numa noite de serena inundação
As palavras borbulhavam como fonte
O espírito divagava sobre as letras
Compondo as mixagens desta farsa
Procurando eternecer o recém passado
Com as bodas de estanho e esmeraldas
Esbarrei na incerteza que pairava
No taciturno escurecer inconsequente.