Esperança
Quando falta a inspiração
E você não sabe a razão
Era o amor que o impelia
Ausentou-se aquela magia
Não havia perturbação
Que o demovesse de sua missão
Em toda situação escrevia
Os versos brotavam livres e você sorria
Escrevia sem pretensão
Bastava ter uma caneta à mão
Acabou-se a’legria
Por onde anda sua fantasia?
E quando estava sob forte emoção
Seu poema tinha (nela) a fonte de emanação
Escrevendo fazia sua folia
Quem o lia, com clareza entendia
Agora, pesa-lhe à mão
Suas palavras estão sem direção
Em agonia tem a sensação de asfixia
A fonte inspiradora parece estar vazia
É como se o poeta respirasse com sofreguidão
Como se estivesse em aparelhos de sustentação
Sua criação está em letargia
Procura com dificuldade sair da maresia
Hoje esse poeta pede perdão, se feriu o princípio da criação
Nesse poema em forma de oração
Quer voltar ao mundo da poesia, produzir sua biografia
Tendo Esperança e Deus como guia
Montteiros Dalton