HAVERÁ
 
 
Haverá um dia
Em que todas as gaiolas
Estarão vazias,
E todas as asas
Estarão no céu,
Ou pousadas, sem sustos,
Nos beirais das casas,
Ou dentro das matas,
Pairando felizes
Sobre arranha-céus.
 
Os cantos sairão livres,
Pelos bicos abertos,
Sendo apreciados
Por almas sensíveis
Que não desejarão mais
Aprisioná-los,
Apedrejá-los,
Ou falsificar
As cores das penas.
 

Haverá um dia
Sem asas cortadas,
Sem vidas travadas,
Sem cantos contidos
Trinados sentidos
Somente escutados
Pelo egoísmo
De um par de ouvidos.


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 18/06/2015
Reeditado em 18/06/2015
Código do texto: T5280954
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