ESPERANÇA
ESPERANÇA
No convés da dor,
Todo homem conversa com o céu,
Busca cores escondidas nas vestes do infinito,
Repousa lágrimas nos odres de Deus.
No convés da dor,
As horas mortas são esfoliadas
Na pele fria da solidão,
O homem vira folha seca,
Cai ao chão.
No convés da dor,
Toda prece se arrasta na melancolia,
A boca sangra um grito mudo,
O hálito morno da despedida,
Na alma fica escondido.
O pulsar da espera debruça na expectativa,
De um novo ciclo...
O fogo jorra a fúria do espírito...
A prece se abriga nas asas do amor,
E num coro santo com os anjos,
Implora...
A cura,
De um porto seguro...
Onde a vida possa navegar na beleza,
Pura,
De um sonho mais bonito!
Marisa Zenatte