A Balança e a Esperança
O fiel da balança
não se cansa
-desculpe a redundância-
de balançar,
tentando equilibrar
a nossa insensatez.
Estupidez mesmo.
Todos nós temos
o nosso pêndulo,
nossa ampulheta,
o nosso tic-tac,
feito bomba relógio
e não podemos desligar
e nem decidir
se vai
ou quando vai explodir.
Temos o nosso tempo
e o administramos,
mas não o controlamos.
Então,
porque desperdiçá-lo
com coisas tão pequenas,
diante da grandeza
e grandiosidade
do Universo?
Basta um verso.
Mas qual?
O que é
que não foi escrito ainda?
E como a vida é linda!
Não pise na grama,
mas se for necessário pise,
mas o faça com suavidade
e nunca com agressividade.
A natureza sente,
se ressente
e revida.
E a sutileza da nossa gentileza,
cadê?
Empenhamos fortunas
para estimular a guerra,
enquanto que,
um sorriso gratuito
para promover a paz,
é cada vez mais raro.
A guerra fere a terra
e o coração.
Começar
com um simples aperto de mão,
já estará de bom tamanho.
Enquanto isso aguardamos
e só esperamos
que não demore muito
para a esperança acordar
e de novo
que o grande sonho humano
seja simplesmente SONHAR.