Sem voz, sem vez

Abandonar o caminho. Como avançar?

No caminho pedras gigantes muitas pedras

Impedem passagem

Como avançar?

A árvore da vida caiu. Fulminada

Num lampejo repentino

Virou cinzas do pecado

E sangra a esquerda do peito

Como avançar?

O caminho desvaneceu. Ficou deserto

Perdeu-se

O peito dói e a dor consome

Insone

Lacrimejante...

Fumaça assassina, que cega, e queima

Tudo normal, mal nenhum

Deixar livre o caminho

Da vergonha

Dos ditos grandes feitos

Subterfúgios

Hipocrisia encarapuçada

Amordaçar

Para sufocar os gritos

... dos inocentes

Sem voz, sem vez

A esperança submergiu

...mas não tarda

O horizonte desponta entre cinzas

A poesia não morreu.

Marilze Abreu
Enviado por Marilze Abreu em 24/02/2014
Reeditado em 24/02/2014
Código do texto: T4703937
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