SE ESSA ROSA FALASSE
para minha mãe Luzia do Carmo
Se essa rosa tivesse voz
talvez dissesse que a mão que a plantou
padecia triste dores comuns, mas que
trazia esperança latente na ponta dos dedos.
Diria que sentiu um apelo secreto
na pouca seiva que restara depois do corte, quando,
ceifada na roseira sentira a própria morte.
Se essa rosa pudesse falar talvez dissesse:
-“quente ia aquela tarde”.
Sol do meio dia na madrugada escura da vida,
tudo em volta luzia.