CHEIRO DE VIDA NOVA
O peito apertado
Olhava pela janela
O céu fechado e escuro
Sem estrelas, acinzentado
A tristeza às vezes invade
Escuro também fica
O meu coração amedrontado.
É tão difícil dormir
Tem algo a ser resolvido
No silêncio da noite
Descobrem-se anseios tolhidos
A situação fica gigante
Meu peito sofre ofegante
Não é fácil segurar o suspiro
Ambigüidade, impotência!
Pouco a pouco percebendo
Minguando minha resistência!
Pela janela um vento sul
Vem soprando e me rendendo
Quero sair, vou escapar
De tudo vou-me esquecendo
Uma chuva começa a cair
Dizendo-me se aquiete aí.
A chuva tem gosto de novidade
Tem cheiro de vida nova
Vai brotar, vai nascer
Vou colher o que a chuva vai trazer
Há tempo pra sobreviver
A fé é pra quem crer!