SOB O EFEITO DO SOL.

O homem caminha pelo asfalto e seu olhar não vislumbra o horizonte

Seu olhos quase tocam o chão, na impassividade do asfalto ardente.

Seus pés descalços buscam resistir, porque a ânsia de chegar ainda é grande

Só não se sabe onde.

Pendurado nos ombros ele leva sua sacola de ilusão

Restos de vida que não viveu

Sobras de sonhos que não sonhou

Uma esperança que embora morta

insiste em carregar,

porque talvez ainda persista

em algum lugar no fundo daquela bolsa

Um resto de vida.

Que continua esperando

Necessitando

Buscando

O milagre

Que dentro de si se esconde.

E assim ele segue

Pela principal rodovia do país

Na certeza/incerteza de onde o asfalto quente o levará.

(Francisco)

Francisco A Silva
Enviado por Francisco A Silva em 14/10/2013
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