SOB O EFEITO DO SOL.
O homem caminha pelo asfalto e seu olhar não vislumbra o horizonte
Seu olhos quase tocam o chão, na impassividade do asfalto ardente.
Seus pés descalços buscam resistir, porque a ânsia de chegar ainda é grande
Só não se sabe onde.
Pendurado nos ombros ele leva sua sacola de ilusão
Restos de vida que não viveu
Sobras de sonhos que não sonhou
Uma esperança que embora morta
insiste em carregar,
porque talvez ainda persista
em algum lugar no fundo daquela bolsa
Um resto de vida.
Que continua esperando
Necessitando
Buscando
O milagre
Que dentro de si se esconde.
E assim ele segue
Pela principal rodovia do país
Na certeza/incerteza de onde o asfalto quente o levará.
(Francisco)