A MORTE DO POETA
O poeta alçou-se ao espaço,
desprendeu-se, enfim, do abraço
que o sustinha na Terra.
Ah, quantas vezes quisera
viajar pra outra esfera,
outro lugar, outra era,
a buscar em solos distantes,
nas bocas e peitos arfantes,
uma inspiração, uma quimera.
Agora, enfim, leve e solto,
pela luz do cosmos envolto,
toda essa inspiração lhe aflora.
Ele não olha pra trás,
já liberto das amarras,
segue em frente, vai embora.
RJ, jan/2010