Um homem que nasceu morto!
Era uma mãe,
Gravida de sete meses.
Pouco depois nasceu,
Um menino de olhos descontentes.
Nasceu e cresceu,
E nada mais aconteceu.
Porque esse menino anda,
Da maneira que morreu!
Está-se a tornar num homem,
Que nao sabe o que é a "Vida",
Continua vivendo morto,
Esperando pela sua partida.
Partida para o Além,
Mundo daqueles que já morreram.
Mas como é possivel esperar a Morte,
Se está morto, e os outros não o souberam?!
-"É possivel sim,
Porque a mente está morta,
Meu coração idem,
A bater de uma porta,
Que abre o espirito,
De sabedoria de um homem, que fisicamente está vivo,
E no coração...; é assim que os outros morrem."
Este homem, é um homem diferente, mas também, noutro sentido, é "diferente". Mas afinal de contas, e acima de tudo é "humano". (quem sabe?) Mas não é aceite desta forma, "diferente", porque assim a sociedade o condena, sem saber porquê.
Viver?
Quem vive?
Morrer?
Ninguém o chega a saber!
-"Porque eu sou um homem morto,
Que vive à Luz da Lua;
Sem tecto,
No meio da (rua).
Não faz mal que me pisem,
Como quem monta um "cavalo";
Não faz mal que não me queiram,
Pois hei-de "matar",
E a todo o Mundo vou dar um abalo...
Porque sou assim,
Porque regressarei,
E a vingança prevalecerá,
E assim,
A Vida, chegará a minha(?), em breve, ao Fim...
( Ferreira Carlos 1997)