(Foto:- De "gérberas",  remete ao breu que parece inundar nosso coração quando triste...)
 

ÚLTIMA INSTÂNCIA
 
Hoje, horrivelmente eu sinto um grande dó
e me pergunto: o que lastimo? A quem? A tudo.
Não podendo ver quem amo a garganta faz-se nó,
mas me recuso a sepultar-me inteira. E luto.

Mas como armar-me nesta pugna que suponho inglória,
se já tudo ofereci, propus, pedi e resto convencida
que longe, ao fim do túnel, esvai-se a sã vitória
que não cri necessitasse de luta tão renhida?

Eis que da mágoa uma esperança faz-se broto,
já rebrilhando o colorido deste amor tão renitente
e por sabê-lo, pelo amado, até então de todo ignoto,
uma ideia derradeira iluminou-me vagamente.

Irei fazê-lo conhecer a luz do amor que inspira,
pelo meio mais absurdo e incomum, por desusado;
no papel - me declarando - derramarei a lira
e sei, ao recebê-la, jubilará por tão feliz amado.


 

(Foto:- E esta já irradia a beleza que ilumina o coração quando brota uma esperança.)
DTL Gonçalves
Enviado por DTL Gonçalves em 29/01/2013
Reeditado em 15/01/2023
Código do texto: T4112117
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