Livro de Jó

Roubaram-me os sonhos, as alegrias, as convicções e a paz que havia em mim.

Tiraram-me os amigos, os desejos, os lugares, o passado e até mesmo Deus.

Eliminaram meu sorriso, a esperança, as palavras e meu jeito de ser.

Tiraram-me quase tudo, assim escrevi meu livro como o livro de Jó.

Deixaram-me com tão pouco, que me perguntei o que fazer com isso,

O que fazer quando só lhe resta à vida e a autoestima que insiste em ficar.

Não entendia, no entanto, por que me trocaram pelos obtusos e sebentos?

Assim, a vida vale tão pouco quanto as convenções mais imbecis.

Fugi de mim mesmo e sai fora dos limites enquanto me procurava.

Meus atos mais errados caíram na complacência de meu ego ferido,

Desse modo, eu rugia como uma fera que não têm presas, mas saliva,

E que encontraria abrigo na caverna dos errados, e não dos santos,

Pois esses não me deram a mão, antes estavam muitos ocupados,

Ocupados demais em suas críticas e julgamentos para ajudar alguém.

E assim a vida segue, e quem terá mais sorte? Que o futuro responda,

Pois ainda tenho vida e autoestima, e como Jó também não perdi minha fé.

Parece que alguém olha para mim, alguém que não vejo, mas me vê,

Como um milagre, uma luz, uma esperança que me faz acreditar,

Que quem sabe eu também ganhe em dobro tudo o que me tiraram,

Tudo que eu era, tudo que posso ser... Quem sabe, quem sabe...

TAS
Enviado por TAS em 04/05/2012
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T3649753
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