Ser palhaço
O jeito simples de ser palhaço, de rir, fazer sorrir,
Alegrar-se do nada, se é que existe, fazer surgir.
Rir de suas próprias dores, pois não há quem o console.
O palhaço faz a todos rir, mas quem o fará em sua tristeza?
Terá ele que rir de si mesmo e a todos encantar,
Brotar de seu âmago algo formidável que brilha o olhar?
O que todos chamam sorriso, outro nome ele pode dar,
Pois já não está preso em uma caixa, nem é duro como pedra,
É talvez como um milagre que se faz, e ninguém o desfaz,
Pois a ninguém cabe tamanho brilho, ninguém pode fazê-lo,
Nem muito menos desfazer por ignorância ou discórdia.
Faz a ele próprio rir da alegria que o faz, e o mundo brilha.
Sua máscara e tinta já não existem, ele é humano, mas não parece.
Brilha a luz dos holofotes, e o que todos esperavam acontece,
Um mundo mágico surge, e ele não desiste, ele apenas acredita.
Um sorriso, apenas um sorriso, e tudo muda, transforma-se,
Ele fez brotar para ele e para todos algo incrível: a esperança.
Pois o palhaço rir de suas próprias palhaçadas, e se não a vida para rir.