FREIRA

 

Cibele Carvalho

 

 

 

Vestida em uma roupa austera,

 

 

destituída de qualquer quimera

 

 

que um dia possa ter sonhado,

 

 

ela vive em constante espera,

 

 

com seu fogo interno, apaziguado.

 

 

Se, às vezes, ousa se lembrar

 

 

de uma vida que nunca viveu,

 

 

logo se apressa a expulsar

 

 

o pensamento que lhe ocorreu.

 

 

Não sei se foi escolha consciente

 

 

ou desvario total de sua mente,

 

 

a opção por viver recolhida .

 

 

Nas orações, ela busca o conforto

 

 

que sustente o seu mundo morto,

 

 

enquanto espera vida em outra vida.

 

 

*****

 

RJ,20/03/11