Asas da Liberdade

                                                          "...E assim a falseta gira,
                                                              Nessa roda atordoante,
                                                              Que rodopia e conspira,
                                                              Nesse giro incessante..."

                                                                             Félix Arlequim

Ecoou no coração um grito forte
que desceu desde o mais extremo norte
até o rincão mais remoto do sul;
cruzou desde o leste até o oeste
num lamento dolorosamente agreste
pelos céus do mais infinito azul...

Adejou o gemido triste - plangente canto! - 
a deflagrar por todo o solo o espanto
de bramido tão sentido quão indignado;
fez-se em brado, de tal forma retumbante,
que espargiu pelos espaços num instante,
derramando-se pelo chão muito amado...

E novas asas de tal lamúria nasceram,
asas audazes a voar o universo inteiro,
a buscarem as chaves que abrem os grilhões,
que prenderam em torpe e sombrio cativeiro
a dignidade de todo o povo brasileiro
nas indignidades de alguns sinistros figurões...

Chaves que um dia por fim serão descobertas,
e que trarão a merecida derrocada, na certa,
a esses senhores desavergonhados e pervertidos;
destaparão, assim, as inverdades encobertas,
será então esse claro e dorido grito de alerta
o vagido primeiro de todo um país renascido...
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 19/12/2010
Reeditado em 25/03/2016
Código do texto: T2679944
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