QUATRO ESTAÇÕES

Escuto o barulho da chuva
Caindo do meu beiral
Ela bate sossegada
Na pedra brita do quintal

Meus ossos estremecidos
Com o frio da longa tarde
Aconchego-me na poesia
Fogo que em meu peito arde

Neste outono de minh’alma
Folhas caídas no chão
São meus sonhos, pensamentos
Trancafiados num porão

A espera de um momento
De um acaso, um porém
Sair desse isolamento
Aquecer-me com meu bem

Preciso de alguma forma
Encontrar algum abrigo
Se chegar assim no inverno
Meu viver corre perigo

Penso em longas madrugadas
Encoberto no meu leito
Um cobertor de lã
Mas sem amor no peito

A frieza desses dias
Já me castigam agora
Imagina o que farei?
Se você for embora.

Não me deixe esperança
Fique junto aqui de mim
Sem você na minha vida
Tu vai ficar ruim

Fique aqui me aquecendo
Envolvendo minha alma
Pois, só com tuas sutilezas
Que minha angústia se acalma

Com você do meu lado
Chegarei a primavera
Não será um sonho louco
Nem tão pouco uma quimera

Nas quatro estações do ano
Zelando nossa união
Sonharei com a esperança
De chegar noutro verão.








Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 11/05/2010
Reeditado em 11/05/2010
Código do texto: T2250879
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