Preciso de Tantas Coisas
Preciso fazer dormir alguns sentimentos
para reaver velhos benefícios
Preciso fazer descer coisas que estão ao vento
para poder jogar ao longe gastos artificios
Preciso calar a voz arrogante aqui de dentro
para reabrir antigas portas
Preciso matar o orgulho que quer ser o centro
para reviver alegrias já há muito mortas
Preciso apagar a rapina que sempre aflora
para retomar no peito o antigo amor
Preciso sufocar o ódio que aqui dentro mora
para apagar de vez do peito esta dor
Preciso reviver o antigo perdão que esqueci
para ser novamente o que sempre quis ser
Preciso torturar o ressentimento que nunca perdi
para de novo fazer o coração renascer
Preciso quebrar a força gigantesca que teima
para fortalecer o que há muito foi embora
Preciso afogar a ira que queima
para trazer logo o futuro para esta hora
Preciso quebrar a força da minha maldade
para de uma vez por todas calar o meu pranto
Preciso me esquecer para lembrar da bondade
para que nos meus lábios haja um novo canto
Preciso de tantas coisas e tempo não há mais
Preciso de tudo e muito mais ainda
Preciso correr e preciso transpor os umbrais
Porque quando tudo urge, rápido logo se finda