Preciso de Tantas Coisas

Preciso fazer dormir alguns sentimentos

para reaver velhos benefícios

Preciso fazer descer coisas que estão ao vento

para poder jogar ao longe gastos artificios

Preciso calar a voz arrogante aqui de dentro

para reabrir antigas portas

Preciso matar o orgulho que quer ser o centro

para reviver alegrias já há muito mortas

Preciso apagar a rapina que sempre aflora

para retomar no peito o antigo amor

Preciso sufocar o ódio que aqui dentro mora

para apagar de vez do peito esta dor

Preciso reviver o antigo perdão que esqueci

para ser novamente o que sempre quis ser

Preciso torturar o ressentimento que nunca perdi

para de novo fazer o coração renascer

Preciso quebrar a força gigantesca que teima

para fortalecer o que há muito foi embora

Preciso afogar a ira que queima

para trazer logo o futuro para esta hora

Preciso quebrar a força da minha maldade

para de uma vez por todas calar o meu pranto

Preciso me esquecer para lembrar da bondade

para que nos meus lábios haja um novo canto

Preciso de tantas coisas e tempo não há mais

Preciso de tudo e muito mais ainda

Preciso correr e preciso transpor os umbrais

Porque quando tudo urge, rápido logo se finda

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 02/04/2009
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