Discurso simples
Achei que seríamos um
Pensei que fosse
Pra sempre
E sempre seremos dois
Parece-me agora estranho
No sonho aparecer sentido
E fazer lazer na morte
Pré moldada em trilhas
Sejamos livres então
Sem memórias
Mas com sonhos
Ainda nao planejados.
A agua caiu pra cima
E o fruto apodreceu
Não estou mais em casa
A cena é a mesma.
Não sei mais andar sozinho
Está frio
Fico pensando nos peixes
Sem agasalho nos rios.
Parece louco
Mas pensamos
Só em nós
E nossas necessidades
E os soldados na guerra
Tomando doses de fake
Onde estará a verdade
Andando sem direção, sem radar
O som sem capacidade
Atravessando a janela
Tocando sem atitude
Tirando o sono de quem trabalha
Servindo ao dia claro
Sonhando à noite
As folhas caem no outono
Somos livres.
Cachoeiras nao tem cachos
Palavras nao tem cabelos
As paredes teem ouvidos
Não reclame do Dragão
Mas nós ainda somos dois
Duas pedras, duas perdas
Transbordando o temporal
Transpirando impiedades
O sonho caiu na real
Ja não é prioridade
Tenho voce nos meus sonhos
Mas vou acordar cedo e sair
Porque a água molhou minhas folhas
Como paginas viradas
Perdeu o conteudo
Pra continuar secreto.
A cirando continua
A pedra do anel tem auto custo
Vidas humanas talvez
Talvez vidas selvagens.
Ausente dos teus desejos
Longe dos olhos
Não sou mais de corda
Minha bateria é recarregavel, esgotavel.
No tribunal de justiça
A dita em duas balanças
Tua vida e a minha
Teem pesos diferentes
Não é de admirar
Somos homem e mulher
Fui feito pra te constranger
E voce pra sofrer por mim.
Guedes