INSÔNIA

Para escrever sofro minhas penas

Suo. Partejo. Esforços faço

Mas às vezes não sai nem um pedaço

Nem uma mísera migalha de poema.

Quisera escrever coisas amenas

Destas que preenchem os espaços

Desamarrando nós, desatando embaraços

Bem acima da mesquinhez terrena

Mas só me visita a fria insônia

Chega sem vergonha e sem cerimônia

Tirando minha paz, roubando meu sossego

Só me resta mesmo pegar da pena

Partejando para escrever mais um poema

Buscando nas rimas um pouco de aconchego.