os ninhos e o amor

E há quem diga que o amor não transparece nas mais finas brechas de sol, nos mais pequenos detalhes da vida. Pois, ao parar de escrever culpei minha imaginação, mal sabia que minhas palavras e a flor que mora em mim e as coloca no papel ficam sufocadas sem a chama ardente de um amor. Me pergunto, pois, se tanto amei, porque apenas no fim voltei a ter forças para pegar um lápis e colocar para fora o que o coração grita. "

O amor é um estranho passarinho: canta sem ter pena, nasce sem ter ninho". Quantas e quantas vezes ouvi essa mesma frase no meu filme favorito, o qual nunca quiseste assistir comigo. Quantas vezes essa frase passou, tocou meu coração e eu só pude entender nesse momento? E que delicadeza é o amor no seu mais bruto e íntegro estado, o quão palpável é o sentimento que criei e alimentei sozinha. Tão inteiro e completo que eu tenho certeza que poderia segurar em minhas mãos. O quão assustador pode ser sentir, mesmo sentindo ser proibido. As dores e as delicias do amor nascendo sem ter ninho e cantando sem pena alguma de mim e de minha alma sonhadora, que se dói só com a possibilidade de consumar esse desejo que habita em mim há tanto tempo.

Encerro esse pensamento, longo, recorrente e urgente em mim, que como um desabafo da alma foge. O amor é muito mais do que imagina. É muito mais do que se compreende. Muito mais do que dizem ser. E me permitirei amar e errar quantas vezes for necessário na minha jornada.