Nas entrelinhas do que não é verbalizado

Escrever é uma arte, ou quem sabe uma catarse,

Ao ecoar o que sentimos para depois chegar até nós.

Chagar até nós o que nos inquieta, que nos desconcerta,

Reorganizando os fatos que nos distanciou de nós mesmos!

Sentimentos, pensamentos, conexões e desconexões,

Tudo muito intenso, nos puxando por dentro sem anzol.

Porque permitimos isso diante do barulho e absurdos,

Ofertados pelo mundo quando estamos procurando por algo fora de nós!

É se perder de nós mesmos e fragmentar a nossa paz...

Buscando por anseios externos que não cabem em nós.

É se iludir com tão pouco, diante do tanto que já possuímos,

Do que construímos subjetivamente e cada um de nós!

E por falar em tantos nós, quero desatar o que hoje me sufoca,

Nós na garganta, na alma que chora por se deixar se levar mais uma vez,

Em caminho nebuloso, mais idealizado que concretizável,

Um caminho desumano e machuca quem é humano e expõe em linhas como nós.

E que esses nós virem laços, ou me deixem de pés descalços,

Pois assim sou mais livre e ando mais comigo em completude,

Em voos livres, respeitosos, harmônicos e oscilante,

Mas, que me leva do jeito certo a ser mais eu para depois vir “o nós”.

Juliana Martorelli
Enviado por Juliana Martorelli em 25/04/2020
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