EXISTÊNCIA E VACUIDADE

A existência, na sua crueza e imanência,

Produz certamente uma sensação

De vacuidade interior quase insuportável,

Pois nem os vícios, nem os fugazes prazeres,

Nem as satisfações sexuais mais voluptuosas

São capazes de preencherem

Tamanha negatividade de espírito

Para quem ainda é atormentado pela sua consciência.

Viver entre abismos e a escuridão da mera existência

É estar confinado no horizonte

Da desilusão e da fatalidade,

Onde só o grito fulminante da angústia

E os ímpetos incessantes da revolta

Podem aliviar o fardo do ser.

Existir por existir é se deparar a todo momento

Com a ausência de um suprassentido à vida.

Existir por existir é ter que enfrentar o desafio

De sentir o frio de um vazio

Incomensurável nos meandros do coração,

Restando apenas a coragem heróica de alguém

Que está constantemente imerso

Na luta com um mundo

De fatalidades e tragédias irremediáveis

É a existência um drama onde a consciência do absurdo

E da falta de coerência das coisas da vida

Dão a evidência amarga do panorama sombrio

Desse teatro do absurdo chamado modernidade.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 22/02/2020
Reeditado em 25/02/2020
Código do texto: T6871883
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