Fuga

O tempo brinca com rostos

E rostos são almas penadas

Que o atravessam travessas

E vão mudando um coração.

Há aparências conservadas,

Há dores nunca abandonadas,

Há consequências deixadas

Ao sabor de tantos nãos.

O mesmo tempo engana

Aos alheios de uma dor latente

Que pinga como suor quente

Num abraço de solidão.

O tempo traz rostos novos

Imediatamente julgados

Por escravos do passado

Amantes da própria prisão.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 08/11/2019
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T6789759
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