Esqueça-me!
Já é quase madrugada
Quando, de repente
O telefone toca insistentemente
Despertando-me de um sono profundo
E deixando-me atordoada.
Do outro lado da linha
Ouço uma voz trêmula e aflita
Quase irreconhecível
Sussurrando o meu nome baixinho
Como se tivesse medo que eu despertasse.
Por alguns instantes, faz-se silêncio
Até que você, desesperadamente
Chama o meu nome repetidas vezes
Denunciando o seu estado de embriaguez
Naquela madrugada fria de inverno.
Meu coração acelera e bate forte no peito
Mesmo depois de tantos anos separados
Mas, eu sei, não podemos voltar atrás
Porque jamais esquecerei
O quanto você fez-me sofrer.
E, com o coração dilacerado
Pronuncio o teu nome serenamente
E peço mais uma vez que esqueça-me
Porque a nossa história chegou ao fim
Mesmo sabendo que jamais deixarei de amar-te.