PONTE VELHA
No bar do centro da cidade
Tanta gente rindo e bebendo
E eu vou sobrevivendo
À falta da sua compaixão
Percorro todo o calçadão
Visito tantas vezes o telefone
Na angústia de um vestígio
O aguardo da mensagem
Atravesso a ponte velha
Estou pálida e vermelha
E o céu reflete o meu rubor
Fim de tarde, início de trânsito
A noite não me espera
Vou rumo à rodoviária velha
Aceno para o ônibus que
vai me levar de volta pra casa
Deito a cabeça na janela
De novo você no caminho
Brusca freada vem à tona
Você provoca um acidente
Faz-me perceber passageira