"Farpas do seu eu"

E eis que um dia

Em meio a angústias da vida

Mesmo se desfazendo

Em pequenos pedaços

A menininha cresceu

Foi deixando pra trás

Seus sonhos de menina

Criando em seu caminho

Um estreito rastro

Farpas do seu eu

Há... tão bom seria

Colar os pequenos pedaços

Consertar com pequenos laços

Ajuntar os agudos cacos

Remonta - los outra vez

Porém a sua essência

De vidro foi lapidada

E como até o mais tolo sabe

Os remendos não são bem vindos

Nos vasos trincados de vidro

Se desfez em mil pedacinhos

E foi perdendo em seu caminho

Um a um...

E, assemelhando - se a espinhos

Sangrava coraçõezinhos

Tornou - se mulher

A menininha quebrada

Talvez despedaçada

Mas forte e determinada

A nunca mais sofrer por ninguém...

Léia de Oliveira
Enviado por Léia de Oliveira em 30/03/2017
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