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Pela 10º vez voltei a fumar

Tentar tirar de mim as mágoas

Deixar a fumaça secar minhas lagrimas

Para que eu possa me renovar

Me encontrar

Talvez diante dos teus braços me deitar

Pois eu cansei de viver

Cansei de beber até amanhecer

E toda noite ser igual a anterior

Perder a noite de sono entre os versos de dor

E compor músicas para enganar minha frustração

Achando que o que faço é algo bom

Pois não é

Sou mais um em meio de tantos

Uma pobre alma chorando aos prantos

E eu me mantenho em pé

Fingindo estar tudo bem

As pessoas me olham e nem sabem o que veem

Entre os goles de rum e as drogas de outros

Me vejo perdendo todo o esforço

E me sucumbindo cada vez mais

Até não restar nada de mim

Alguns me dizem para parar

Outros me dão mais pra provar

E eu só não quero escutar mais ninguém

Viver aos reflexos de como agem

Quero ser só eu e eu mesmo

Me encontrar com aqueles que vejo

Todos os dias antes de dormir

E em alguns pesadelos que sofrem

Pois toda vez que me exalto

Na preguiça de reencontrar

O efeito passa e é na sombra que fico atoa

Sem ninguém novamente

Descontente

E volto a fazer tudo mais uma vez

Acho que já deu

Acho que já passou da hora

Não aguento tanta discórdia

E pretendo me ausentar

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 13/02/2017
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5911336
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