Desalinhos e porquês

Desalinhos e porquês

E então a alma cansada da noite

se lançou no abismo

deixando tudo em desalinho

o corpo, o rosto já desfigurado

pela angústia ficou,

tão somente ficou sem mais porquês

sem grandes razões, sem querer

ficou o riso perdido no meio da noite

que perdida ia sem rumo também

vagava na madrugada exposta, escrava

do dia que vinha sem perguntar se podia

escancarando um sol de arrasar

ofuscou a beleza da noite solitária que

tão somente ia sem mais porquês

então ficou eu, amargando um gosto

esquisito de nem saber o quê

era algo meio nervoso que vinha

da boca do estômago e eu gritava

mas porquê?

nem a noite que embora ia solitária

sem rumo vazia

nem o dia que chegava zombeteiro

trazendo o sol por testemunha

do meu desalento

sabia dizer o porquê.

Rosane Silveira

Rosane S Silveira
Enviado por Rosane S Silveira em 23/02/2016
Código do texto: T5552850
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