Pesadelo
Nesta madrugada tive como companhia a hedionda miséria humana
Com suas ilógicas guerras e corpos desfigurados de humanos
Irracionalidades escritas em vários idiomas
Decorados com belos discursos pós-modernos igualmente hediondo!
Vi rostos já sem a beleza da humanidade
Observei atentamente olhos que contemplavam o vazio
E a indiferença de tantos diante da dor
Que faz do ser humano meramente uma peça no tabuleiro da geopolítica mundial...
Fica nítido que o ser humano transita entre a escatologia e a insanidade
Olhares gélidos e cortantes
Que revestem corpos esquálidos de carne putrefata
Que não conseguem mais se movimentar...
Fui invadido por um sentimento de impotência infernal
Na tentativa de fugir do pesadelo
Ou simplesmente esvaziar-me de medo e covardia
E sentar-me ao lado do humano que sou!
Introspecção da própria miséria é cruel...
Queria despertar deste pesadelo
Mas a realidade seria diferente?
Acredito que não: sou humano também!
O nascer de um novo dia se aproxima
Quando a noite chegar terei novamente pesadelo?
Na verdade vou conviver cotidianamente com a condição humana
Tentarei amenizar a minha dor com a poesia!