Cantigas de Amigo

Com esta saudade, Amigo,

que me enche de frios,

me faz sentir-me sozinha,

já não vivo;e bem vos digo:

Que seja a vossa morada,

amigo, onde me possais

falar, e onde me vejais.

Não posso mais me dizer

que agora o verei como antes

fora embora como um sonho de outrora,

que me enfileira num véu fúnebre, ardente

e quente, chorai a mágoa que não me fizeste,

mesmo assim sei me consolar.

Serei eu a dona do mar?

Só não me acabo em prantos, por hora

pois sei dos mantos de amor que me cobrem,

São firmes, sei dos meus, por isso os preservo

com quem esconde ouro, e atiça os olhares de quem os cobiça.

Sou firme nas minhas andanças

Aguardo a hora certa de desejar

Mesmo crendo em ti preservo os seus,

Sou mulher aos olhos e menina no coração,

Não sei fazer-me diferente,

Abrando-me aqui , assim sem falhar

Pois confio em mim e no meu caminhar

Renata Maria leal
Enviado por Renata Maria leal em 04/07/2007
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