Cor carcerem*

E cada lagrima cortante, marcou - me a face,

e na manhã fria um adeus se formou como eco

de uma melodia sinistra que vagueava os portões da solidão.

O silêncio derramou - se em prados.

E a angustia em véus abissais de medo e covardia.

Era o querer triste e libertino de desejos ocultos.

Era a fúria escarlate escondida por debaixo das unhas.

O choro...

Eu me lembraria pela eternidade do castigo que a mim fora imposto pelos deuses.

Almejei o fogo e ele queimou.

Forte, brilhante e vivo.

Almejei teus olhos.

E teus encantos cegaram - me de tal maneira

que o abismo negro ganhou vida dentro de meu peito.

As coisas jamais seriam as mesmas.

As manhãs seriam cinzas,

e as cores fugiram de meus olhos em sua ausência.

Eu morreria um dia mais, preso em cela de reclusos esquecidos,

abandonados á própria sorte.

Haveria a dor, eu previ.

Mas ainda sim eu a deixei ficar.

Pois ela sempre será a prova de tua doce existência.

E no fim, não me importo com o martírio,

a dor me trará você a cada novo amanhecer.

E isso me manterá vivo...

*Cor Carecerem = Coração Aprisionado

L Orleander
Enviado por L Orleander em 30/12/2015
Código do texto: T5494992
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