FANTASMA.
Sou o silêncio da voz que apregoa!
Nas madrugadas junto á ribeira,
A desdita, a esperança que voa,
Traição, no coração a seta certeira.
Sou o fantasma esquecido na rua!
Despido de ilusões passadas,
Minha essência que no eter flutua,
Solta na escuridão alegres risadas.
Sou o retrato gravado na pedra fria!
Por entre margaridas perfumadas,
Oiço no vento a triste melodia,
Que ao anoitecer, sempre cantavas.
Sou a saudade que não vai chegar!
Ao coração de quem nunca amou,
Que numa noite brilhante de luar,
Em soluços partiu e não mais voltou.
Sou um triste fantasma perdido!
Vagueando pelos desertos de amor,
Volto atrás no caminho percorrido,
Encontro restos de desilusão e dor.
LuVito.