FOLHAS CAÍDAS

Ando em ruas desertas de luzes amarelas, varrendo calçadas sujas de folhas caídas!

E estes rostos escondidos atrás de janelas fechadas, como tristezas vivas aprisionadas num passado morto de lembranças vazias, em que aquilo que se não diz fere mais que espadas cortantes;

Quando o nada se torna maior que tudo, sufocando em gritante solidão o silêncio eterno de covardes vozes mudas!

Pois nada assusta mais que o imenso vazio devorando esses dias de medíocre prazer cuspido na alegria fútil de desejo falso;

Às vezes parece que o tempo escorre pelos dedos, esvaindo-se aos poucos na palma da mão, como o esperma derramado de filhos nunca nascidos!

Anjo melancólico
Enviado por Anjo melancólico em 23/02/2015
Reeditado em 13/04/2020
Código do texto: T5147689
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