Pássaros da agonia...

De olhos embotados de cimento e tráfego

Lá vai o povo pelas ruas...

O caminhar já não é mais o mesmo,

Bandeira hasteada, flamulando histérica!

E o rosto cego pela incerteza...

Desconstruir uma pátria para,

E em apenas três dias levantá-la?

O próprio Cristo morreu sem fazer.

O templo ruiu e com ele os fariseus...

Os gritos de ordem vem lá de fora...

Aqui dentro, sempre, como uma onda.

No fundo do mar, um gigante espera,

A multidão está esquálida de saber e sonhos,

Enquanto as aves migram com medo,

Bem antes da temporada.

O óleo que vem da pedra é negro

O povo também não é lá muito branco;

Mas os passarinhos têm mais medo

Do povo do que do óleo da pedra que é negro.

O povo, cego do óleo, cego do olho,

Cego de pedra, também quer cegar o óleo,

Em nome da desmoralização,

Dos maus costumes, e, acima de tudo,

Da sofreguidão das suas agonias incontidas.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 11/02/2015
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