VELHA RAPOSA ASTUTA

Faz-se de morta... Moribunda!

Furtando os ovos do ninho...

A alegria do passarinho.

Pondo a culpa na coelha.

Porque me pedes para voltar?

Se... Nada queres de mim...

Se... Nada tens a me dar.

Diga-me: - Tem alguma coisa em mim...

Que mexe... Mexe contigo?

Sou gata no cio em teu telhado?

Furiosa é minha raiva!

Quero que o diabo te carregue

Você é a droga o ópio que me alucina.

Cicuta que mata meu canto...

Acorda meu sonho...

Roubando a cor de minhas palavras.

Maldigo! Maldito... Malvado amor!

Gota de orvalho que abandona a flor

Nos primeiros raios do dilúculo

Galo cantador! Chamando alvorada

Avisando o fim da madrugada.

Levando a lua e seus grisalhos.

Fazendo-me cativa de um sonho

Pintando sentimentos...

Pranteando a dor que não sentes.

Chorando o amor perdido.

Voz muda prometendo-me tudo

Um reino de ausência... Solidão...

Saudade e clausura.

Fazendo minh’alma prisioneira.